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Os algoritmos das redes sociais na formação da opinião pública

Sofia Moreira

Os algoritmos das redes sociais na formação da opinião pública

Os algoritmos das redes sociais na formação da opinião pública

Os algoritmos determinam o conteúdo apresentado no feed das redes sociais de cada utilizador sob o pretexto de oferecer uma experiência personalizada. Estes analisam as interações anteriores e priorizam conteúdos semelhantes ou relacionados.

São ainda tidas em consideração outros critérios, como os interesses, as contas seguidas e os hábitos de utilização das plataformas de um modo geral, para oferecer conteúdo relevante.

Mas como é que os algoritmos, que impulsionam o conteúdo, podem moldar as opiniões e perceções das pessoas?

A análise das interações passa por perceber o comportamento individual dos utilizadores, através dos seus cliques, gostos e partilhas, que acaba por os expor maioritariamente a opiniões já existentes na sua mente, criando assim uma “bolha de filtro”.

Esta dinâmica tende a impedir que sejam sujeitos a diferentes pontos de vista e que a sua crença seja reforçada, visto que as pessoas estão mais dispostas a aceitar essas informações. Isto gera uma radicalização de ideias prejudiciais para a sociedade como um todo, uma vez que torna mais difícil a aceitação de posicionamentos diferentes.

Para além disto, os conteúdos também podem ser destacados através de outros fatores, como a sua atualidade e o engagement (envolvimento).

O conteúdo mais recente é priorizado pela sua relevância temporal, de modo a manter os utilizadores esclarecidos sobre eventos e tendências atuais em tempo real. Este acaba por ser muitas vezes apresentado de forma excessiva e até descontextualizada, o que pode levar o público a formar opiniões sem um fundamento sólido ou com uma base desatualizada.

Numa outra ótica, também é destacado conteúdo com uma maior carga emocional, com um cariz mais viral ou mais sensacionalista, que está mais sujeito a um maior número de interações, como partilhas e comentários. Isto gera mais engagement e leva à rápida difusão de informações, por vezes extremas e irrealistas, que contribuem para a consolidação de posturas mais extremas.

O reforço de opiniões extremas influencia a forma como as pessoas se envolvem em questões sociais e políticas, nomeadamente na formação da visão política do público e a sua participação cívica.

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